COPA LIBERTADORES – Em final histórica, clube carioca vence de virada o River Plate (ARG), em Lima
O otimismo era palpável e havia razão de ser. Os comandados de Jorge Jesus foram a melhor equipe brasileira de 2019 com folgas, virtual campeã do campeonato nacional, com 73 gols marcados em 34 jogos.
O time tinha até a maior simpatia do povo peruano. O que poderia dar errado?
Pelo jeito nada. Em um final de cinema, o Flamengo fez dois gols a partir dos 43 minutos do segundo tempo, bateu o River Plate (ARG) por 2 a 1 e ganhou a Libertadores. A virada aconteceu graças a Gabriel, o Gabigol, até então apagado em campo. Com nove gols marcados, ele foi o artilheiro da competição.
Não bastasse os gols e o título, o centroavante colocou o nome na história do Flamengo, que não conquistava o título continental desde 1981.
Presentes na mesma quantidade aos flamenguistas no estádio Monumental, mas em menor número na cidade, os argentinos eram também menos barulhentos. A glória máxima de vencer o maior rival na decisão já havia acontecido, em 2018, quando superou o Boca Juniors (ARG).
O River Plate soube aproveitar cada uma das fraquezas inexploradas pelos adversários do Flamengo no Campeonato Brasileiro. E os que souberam fazê-lo, como o CSA, que chegou três vezes de frente para o goleiro ao aproveitar a linha alta da zaga, não fizeram os gols.
O River fez. Um só, com Santos Borré aos 14 minutos do primeiro tempo. Poderia ter sido o suficiente para ficar com o terceiro título continental em cinco anos. Se as partidas de futebol durassem apenas 87 minutos, teria sido.
O Flamengo durante a maior parte da partida sequer parecia o time de Jorge Jesus que pode ser campeão brasileiro neste domingo (24) sem entrar em campo. Basta que o Palmeiras não vença o Grêmio, em casa.
A não ser por uma jogada no início do segundo tempo, quando Gabigol chutou em cima da zaga e a bola sobrou para Everton Ribeiro finalizar sozinho, a equipe carioca não criou nenhuma chance real de gol até o artilheiro do Brasileiro e da Libertadores aparecer.
Com uma marcação que não deixou o Flamengo sair jogando com tranquilidade, o River poderia ter anotado mais gols e tentou arremates de todas as formas possíveis.
Jorge Jesus apelou às armas ofensivas que tinha no banco, de onde poderia sair o herói. Diego entrou para dar criatividade ao meio-campo. Vitinho poderia ser mais incisivo no ataque.
O Flamengo precisava de uma brecha, um momento para mudar o destino da final. Este veio quando Bruno Henrique enfim conseguiu fazer uma boa jogada, aos 43 minutos. O cruzamento de Arrascaeta achou Gabigol livre e com o gol aberto para empatar. Mudou tanto que o próprio atacante, três minutos depois, fez do rubro-negro carioca campeão da Libertadores depois de 38 anos.
A maioria dos torcedores brasileiros no estádio sequer percebeu que ele foi expulso segundos antes do apito final. E não fez nenhuma diferença.
O Flamengo garantiu vaga no Mundial de Clubes em dezembro. Poderá enfrentar de novo o Liverpool (ING), equipe que bateu na decisão de 1981. E provavelmente estará também na versão expandida do torneio, que será disputada a partir de 2021.
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Fonte: https://www.folha.uol.com.br/